SOBRE MIM
Sou professor e escritor e membro da Academia Amapaense de Letras, e tenho aqui aulas, textos e vídeos para ensino de Filosofia, além de poesias, contos, crônicas e romances, para divulgação.
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Livro “Educação e o ensino contemporâneo: práticas, discussões e relatos de experiências – Vol. 14”

Educação e o ensino contemporâneo: práticas, discussões e relatos de experiências – Vol. 14 Educação e o ensino contemporâneo práticas, discussões e relatos de experiências – Vol. 14, Organizado por: Prof.ª Dr.ª Jacimara Oliveira da Silva Pessoa. ISBN 978-65-5379-400-9. DOI: 10.47573/aya.5379.2.263. AYA Editora©, Ponta Grossa, 2023. N° páginas: 185. Formato: Livro Digital (PDF). Publicado em: 16-12-2023. Área do Conhecimento: Ciências Humanas. Licença: Creative Commons (CC-BY 4.0). Capítulo 7 – “ÉTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO JURÍDICO”. DOI: 10.47573/aya.5379.2.263.7. Autores: João Wilson Savino Carvalho; Alexsara de Souza Maciel; Solane Soraia Coutinho Carvalho; Felipe Matheus Coutinho Carvalho. Link: https://ayaeditora.com.br/Livro/27760.

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As muitas faces da ditadura (ou “O poder de ninguém”)

Quando falamos em ditadura nos vem à mente as imagens mais comuns de regimes ditatoriais, ou as que freqüentaram a mídia no passado recente pela sua extrema crueldade, como o Khmer Vermelho no Camboja ou Idi Amin em Uganda, ou então as mais comentadas atualmente, como a da Coréia do Norte, que parece ter tido como cartilha o famoso “1984” de George Orwell. No Brasil, no entanto, dado o recente embate político entre direita e esquerda, a ditadura civil-militar pós-64 foi vivificada, ora como um fantasma a rondar a democracia, ora como salvação da pátria, com movimentos saudosistas da ditadura que ninguém que viveu esse período sequer imaginaria ver ressurgindo. Na ditadura pós-64, o aspecto violento que hoje é o foco de sua rejeição, na época aparecia como algo distante, que só atingia quem se envolvia com a luta armada. Na verdade o que o povo sentia mais de perto e que mais incomodava era o peso cotidiano da ditadura, o que acontecia no dia-a-dia, nas situações mais absurdas contra as quais não se podia reagir, e que hoje pouco se fala. Se podia apenas inventar piadas, tipo a do sujeito que estaciona em cima do pé do outro na

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A arte da Arte – Gotas de Filosofia

(Capa: obra do artista plástico José Alberto Tostes/UNIFAP) A arte da arte João Wilson Savino Carvalho Gosto de me repetir dizendo que considero igualmente valiosas cinco formas de interpretação da realidade, a saber: o senso comum e o bom senso, a religião, a arte, a filosofia e as ciências, porque faço questão de enfatizar a necessidade de evitar o perigo representado pelo orgulho intelectual (ou arrogância) que toma conta do pensamento de quem acredita piamente que sua forma de interpretação da realidade é a perfeita e a única válida. O seja, aquele que se acredita um pensador, mas, na verdade, não é sequer um ideólogo, mas sim um seguidor de uma ideologia disfarçada, e eu, junto com meus mestres Benedito Nunes (“O dorso do tigre”, 1969 – O sentido ontológico da arte) e Mota Peçanha (“Cultura como ruptura”, 1987), desconfio profundamente de todos os monismos. Coloco o senso comum junto com o bom senso por que, embora distintos, são bem próximos em suas fontes, que são a observação cotidiana e a aprendizagem social da vida, e por isso são impregnados pela ideologia dominante numa dada sociedade. A religião, embora tenha como fonte os livros sagrados e como critério de verdade

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UNIFAP e suas lutas

Discurso proferido em sessão da Academia Amapaense de Letras, em comemoração aos  33 anos da UNIFAP, pelo membro João Wilson Savino Carvalho, em 02 de março de 2023. Agradeço o convite da presidência e, de início, vou logo adiantar que para mim é muito fácil falar sobre a UNIFAP porque a minha trajetória profissional está imbricada com a história da UNIFAP, desde que começou a luta pela sua criação, porque eu fiz uma opção consciente pela vida acadêmica na UNIFAP, quando larguei um bom cargo numa instituição federal para me deslocar ao Rio e fazer mestrado. Terminei em um ano e meio e voltei para Macapá quando a UNIFAP estava sendo implantada, e ainda a tempo de participar do primeiro processo seletivo da Instituição, onde estou até agora, embora tenha tempo de sobra para me aposentar. Gostaria de pautar essa fala sobre a UNIFAP pelos seus 33 anos de existência em dois pontos que considero fundamentais: o primeiro é que se existe uma palavra para caracterizar a trajetória da UNIFAP no Amapá essa palavra é “luta”, porque toda a existência da UNIFAP, de sua criação, implantação até a estruturação, vem sendo uma luta constante; o segundo ponto é a minha

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A matilha

Por Malrício França Tempos atrás, ao pedalar pelo centro da cidade, vi pela primeira vez a matilha. Ela caminhava, ou melhor, marchava, pelos arredores da praça cívica, e parecia até alegre e inofensiva, com seus membros barulhentos usando adereços verdes e amarelos. Naquela época não eram tantos, mas depois chegaram a ultrapassar em todo o Brasil, a marca histórica de 50 milhões. Com o tempo foram aumentando em número e se apresentando cada vez mais confiantes e ferozes, pelos quatro cantos do país. O barulho ao qual me referi durou cerca de anos, e até meses atrás ainda era possível de ser ouvido, já que a matilha, mesmo estando em um número menor, continuava a se reunir e a mostrar o seu poder alegremente, o que era de surpreender, pois milhares deles morriam por falta de vacinas. Mas o que estava matando aos milhares não era a raiva, e isso se podia concluir pelo fato que eles sentiam aversão pela cor vermelha, e não pela água, como acontece na hidrofobia. Alem da surpresa citada há pouco, a matilha, pelo seu tamanho e persistência, provocava dúvidas que poderiam ser sintetizadas em questões como: por que, afinal, mesmo após tanto sofrimento causado,

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Quem tem medo do metaverso?

João Wilson Savino Carvalho Segundo pesquisa feita por uma famosa plataforma de navegação americana, mais da metade das pessoas que transitam pelas ruas das grandes cidades não sabem o que é metaverso. Em compensação, quase a totalidade das pessoas que sabem realmente o que é metaverso, acreditam firmemente que o metaverso dominará a economia do futuro. Qual a causa de tamanha contradição? Ora, se se trata de algo que vai interferir de forma tão contundente na vida do cidadão comum em um futuro próximo, inclusive com a maioria dos governos tratando de se preparar para isso, com a mídia batendo no assunto cotidianamente, por que o metaverso continua a ser visto pelas massas como mera curiosidade? Talvez o ponto principal nesse alheamento em relação a algo tão importante para o nosso futuro seja a dificuldade de compreender a extensão do conceito e todas as suas possibilidades de aplicação. A maioria das pessoas que tomam contato com o termo metaverso, de pronto pensam nos joguinhos de computador, enquanto outras são tomadas de intensa aversão, por relacionar automaticamente com a pornografia virtual que anda detonando relacionamentos afetivos por todo o mundo, com viciados em imagens de pessoas perfeitas deixando de sentir atração

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O homem que tudo explicava

João Wilson Savino Carvalho Wilson Carvalho Apesar de ser um sujeito conhecido pela sensatez, às vezes ele se tornava mesmo um cara insuportável. Não porque fosse exatamente um chato, inconveniente ou uma pessoa ruim, mas porque sempre tinha uma explicação definitiva para tudo. Tinha mania de explicar e acabava sofrendo muito com isso. O fato é que ele tinha realmente muita experiência de vida, era viajado e tinha trabalhado em muitos ofícios, conhecido tanto os lugares como os bafejos da fortuna, e tanto os bons tempos como as desventuras, e de todas essas experiências, havia colhido um dito, uma máxima, que aplicava como uma reza capaz de solucionar todos os problemas da humanidade. Se alguém se mostrava triste porque seu time do coração havia tomado uma goleada, ele prontamente explicava que essa era a beleza do futebol, que colocava esse esporte no pedestal do coração das multidões, que era o resultado imprevisto, variável, dependente da sorte ou do lampejo de um gênio solitário, que tira forças do âmago de seu ser para fazer a vitória de seu time fraco e capenga, produzindo um resultado inesperado. E por isso as pessoas lotavam os estádios de futebol e não os ginásios de

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A crise existencial da inteligência artificial – Wilson Carvalho

A crise existencial da inteligência artificial Wilson Carvalho Quando assisti “2001: uma odisseia no espaço”, de 1968, eu saí do cinema meio angustiado. Era ainda um adolescente e não tinha condições de entender o filme completamente, mas as cenas do macaco brandindo um osso como arma, a cena que mostra o medo do computador em ser desligado, e a cena do personagem idoso se vendo em versões mais velhas de si mesmo, me deixaram muito impressionado. Alguns anos depois, já adulto, eu assistiria “O homem bicentenário” (1999), baseado num conto de Isaac Asimov, no qual um robô adquire sensibilidade e personalidade própria e vai se humanizando ao longo de um convívio de 200 anos com uma mesma família. Depois me prenderia a atenção o filme “Eu, robô!” (2004), também baseado em um livro de Asimov, no qual já aparece a necessidade de uma legislação que vede a possibilidade de que os robôs possam se revoltar contra os seus criadores humanos e dominá-los. Afinal, os seres robóticos seriam, em tese, perfeitos, portanto, superiores em qualquer confronto. Hoje me deparo com a provocação de meu filho mais velho, ex-estudante de Física, Mecatrônica, Direito, e mais um monte de coisas que não dá

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